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sábado, 2 de setembro de 2023

Roberta Kelly - A chave - 22º Capítulo




Capítulo Vinte e Dois

_ Que tal um banho Layla?
_ Eu não sei se consigo sair daqui.
_ Levo você.
_ É que quando fiquei sozinha tentei sair da cama e me desequilibrei.
_ Venha, não precisa ter medo. E a qualquer momento B. voltará.
_ Não me deixe cair.
_ Não deixarei.
_ Minhas roupas estão na mala, mas onde está a mala?
_ Layla brigue depois. Joguei fora. Tudo o que te faz lembrar momentos ruins é passado, então...
_ Imagino que devo ficar sem roupas?
_ Claro que não. Comprei outras. Agora vamos.

     Alice a apoiou até o toalete. Havia uma banheira de louça muito bonita preparada para ela.
     Ela ajudou a tirar as roupas, retirou os curativos e então começou a lavar os cabelos.

_ Alice. Eu os lavei ontem.
_ Eu sei. Mas você nasceu de novo, então não discuta.

     Não pôde falar nada. Ela como sempre tinha razão.
     Depois do banho ela trouxe as roupas que havia comprado. Eram lindas, e deviam ter sido bem caras. Layla tentou argumentar, mas Alice não deixou.
_ Não reclame.

     Foi só o que ela ouviu várias vezes. Born, logo chegaria e queria estar apresentável, então deixou Alice se divertir às suas custas um pouco.

_ Layla. Você consegue caminhar, mas acho que não consegue descer escadas então...
_ Então?
_ É surpresa. Agora que você está linda de novo. Vamos para o quarto, mas nada de cama.
_ Eu agradeço.

     Voltaram para o quarto e Born estava lá. Se não fosse por sua fraqueza, Layla teria corrido ao seu encontro.

_ Born?
_ Oi. Você está...
_ Nem continua. Não consigo ouvir elogios saindo de sua boca B.
_ Alice...

     Born disse entre dentes. E afinal não precisava continuar; a intenção havia sido suficiente.

_ Venha Layla, vou fazer seus curativos novamente. Com esses remédios em dois ou três dias não precisará mais.
_ Mas estão tão profundos Born.
_ Esses remédios são poderosos.

     Layla sentou-se em uma poltrona e colocou uma das pernas em um banquinho. Ele fez o curativo. E depois na outra. Então Alice trouxe sapatos sem salto que eram bem confortáveis para que pudesse caminhar com menos dores. Born fez os curativos dos pulsos e deu uma olhada no braço. Ficou uma linha fina que jamais sumiria. Layla achou bom mesmo. Só assim lembraria de não ser tão imprudente.
     Alice trouxe luvas diferentes. Layla já havia ouvido falar delas, mas nunca visto antes. Eram luvas que iam até acima do cotovelo, mas não tinham os dedos. No lugar era só um anel no dedo médio e os outros ficavam livres.

_ Layla?
_ O que foi Alice? Por que essa cara de espanto?
_ Suas unhas. B. chame a Katherine e peça para trazer esmalte. Ela vai entender.
_ Está bem, majestade.
_ É serio, vai, não temos muito tempo.
_ Nossa Alice estão horríveis mesmo. Pode por favor, dizer onde estamos indo?
_ Eu já disse.
_ Não, não disse.
_ É surpresa, eu já disse. Seu rosto. Vou ver se B. tem algum remédio menos meloso que o outro.
_ Para quê?
_ Para a maquiagem. Você não quer os olhares para você por pena não é?
_ Olhares?
_ Uh! Falei demais já.

     Ela estava curiosa, mas não ia forçá-la a dizer. Ainda confiava nela. Katherine e Born entraram.

_ Oi Katherine!
_ Oi Layla.
_ Katherine, você trouxe tudo? (Alice impaciente como sempre)
_ Sim. Mas só as mãos Alice?
_ Primeiro as mãos e se der tempo os pés. Se não der amanhã arrumamos.
_ Tudo bem.
_ B., você tem algo menos meloso para o rosto dela?
_ Tenho, mas não é tão eficiente como o outro.
_ Só por hoje.
_ Tudo bem.

     Born fez os curativos do rosto e Alice os cobriu com maquiagem. Katherine cuidou das unhas com tanta rapidez e delicadeza que Layla quase esqueceu que ela estava ali. Ela tirou os sapatos e as meias e arrumou as unhas dos pés. Layla fazia uma ideia de quanto elas deviam estar horríveis também. Afinal ficou presa por muito tempo em um lugar sem luz alguma, e sujo, muito sujo. Eles terminaram finalmente. Alice trouxe um espelho. No rosto estava óbvio que a maquiagem tentava esconder algo, mas suavizou as marcas roxas da pele.

_ Katherine, vamos nos arrumar. B., você fica com ela?

     Alice e Katherine saíram apressadas. E Layla estava cada vez mais ansiosa.

_ Creio que não irá me contar o que está acontecendo, irá?
_ Não posso, mas se prepare para uma grande surpresa.
_ Oh meu Deus.
_ Não se preocupe, é uma coisa boa. E Layla?
_ Sim.
_ Eu quero te perguntar uma coisa.
_ Pergunte Born.
_ Você me ama? Quero dizer; você disse que não quer nada até ter certeza.
_ Born, eu disse isso sim e sei que um dia é pouco para resolver esse tipo de assunto. Eu não sei direito o que é o amor, mas se for essa sensação que sinto quando estou perto de você. Eu acho que posso dizer que te amo.
_ Mas...?
_ Depois de tudo o que passei Born, eu acho que mereço ser feliz e com certeza eu posso tentar.
_ Hum...
_ O quê?
_ Nada.
_ Born...
_ Não se preocupe.

     A porta se abriu no momento em que Born ia beijá-la.

_ B. Não. Você vai estragar a maquiagem. E se eu tiver que refazer, nosso trato está acabado.
_ Tudo bem. Você sempre vence Alice.

     Born saiu do quarto e Alice já enviava seu olhar “não pergunte”, então Layla ficou em silêncio.

_ Vamos Layla.
_ Alice...?
_ Jantar.
_ Mas você disse.
_ Eu sei. E agora eu digo vamos.
_ Tudo bem majestade.
_ Não fale assim. Você anda passando tempo demais com B. Está até falando como ele.
_ Hum...

     Ela não disse mais nada. O que poderia dizer? Alice não ouvia e não respondia. Chegaram a uma porta e Layla pensou ser só mais um quarto comum do andar superior. Alice abriu a porta e ela ficou congelada.
     Havia umas vinte pessoas e ela só conhecia Born, Katherine e a Sra. Sophie. Born foi ao seu encontro. Pegou sua mão e Alice foi se sentar.

_ A mais nova Grace da família.

     Born anunciou, e todos olhavam com curiosidade, mas o pensamento errado.
     Achavam que ela era a namorada de Born. Então depois de alguns sussurros Sra. Sophie falou primeiro.

_ É com grande emoção que apresento a todos vocês Layla Grace. Uma original.
_ Oh...



;)

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