Capítulo Vinte e Três
Foi só isso o que
Layla conseguiu entender. Ela foi apresentada a todos. Havia o marido de Sra.
Sophie, duas irmãs com seus maridos, uma tia e alguns outros.
As crianças não
estavam presentes. O motivo era como ela chegara até aquela casa. E obviamente
a maquiagem que Alice fez só suavizou as marcas do seu rosto e as crianças se
assustariam.
Jantaram em um
agradável clima familiar. Aos poucos as pessoas foram embora. Layla despediu de
todos e prometeu uma visita a algumas pessoas.
Born e Katherine
sentaram-se ao seu lado e puderam conversar um pouco. Ficou claro que ela sabia
o que Born sentia por Layla e que aprovava.
Alguma coisa foi
dita sobre fogo na casa de Born, mas Alice tirou Layla de perto para que não
compreendesse. Layla sabia que Born estava em perigo.
Alice estava feliz
demais, mas não era por reencontrar parte da família. Ela estava aprontando.
Ficou com Layla até
ela quase dormir. Foi quando Born entrou.
_ Obrigado Alice. Todos já foram dormir e acham que também
estamos.
_ Born, o que faz aqui?
_ Nós precisamos conversar Layla.
_ Agora?
_ Sim. Alice?
_ Eu vou dormir. Amanhã nos falamos. Durma bem.
_ Obrigado mais uma vez Alice.
_ Cuidado priminho. Boa noite.
Alice se foi e só
então Layla viu o que Born vestia: pijama. Então ele trancou a porta e disse o
que ela não pensava ouvir.
_ Eu vim dormir com você.
_ Como? Born eu não...
_ Calma, é só dormir.
Ele deitou ao seu
lado e começou a fazer carinho nos seus cabelos.
_ Você estava linda esta noite. Você é linda, mas esta noite eu
fiquei com ciúmes.
_ Ciúmes?
_ Vai dizer que não ouviu aqueles otários te elogiando quando
entrou com Alice. Por que acha que fui te buscar na porta?
_ Fiquei tão surpresa que não consegui prestar atenção em quase
nada.
_ Nem viu os olhares?
_ Pensei que estivessem curiosos com meus ferimentos ou olhando
a “nova Grace”.
_ Foi bem mais que isso. O suficiente para eu querer te beijar
na frente de todos. Eu...
Ele a beijou tão
ardentemente que ela esqueceu qual era a situação em que se encontravam. Foi
sem dúvida a melhor noite que já teve. Não aconteceu nada além de beijos
apaixonados, mas a noite foi incrível. Então ele parou e afastou o rosto.
_ Durma Layla. Não posso continuar te beijando assim. Não sei
se consigo me controlar depois.
_ Boa noite Born.
_ Boa noite meu amor.
Deu-lhe um último
beijo e então Layla virou para que ele a abrasasse. Ele ficou relutante e então
finalmente a abraçou e dormiu grudado com ela até o amanhecer.
Layla não viu
quando ele se foi, mas devia ter sido bem cedo. Ouviu uma discussão e alguém
bateu na porta.
_ Entre.
_ Layla.
_ Sim.
_ Pode me dizer o que aconteceu ontem?
Atrás dela, os dois
fizeram gestos de não para Layla.
_ Bom, depois que Alice me trouxe, eu dormi e hoje cedo Born
veio refazer o curativo do rosto porque o de ontem foi com um remédio mais
fraco.
_ Foi só isso mesmo?
_ Sim. O que mais poderia ter acontecido Sra. Sophie?
_ Oh nada querida, eu devo estar vendo coisas.
Ela encarou os dois
e saiu.
_ O que aconteceu? Born? Alice?
_ Ela me pegou saindo daqui com as roupas que Alice trouxe e ainda
bem que você percebeu o novo curativo.
_ Que curativo? E seu pijama?
_ Por isso ela brigou conosco. Ela viu Alice segurando.
_ Eu disse que estava indo levar pra lavar e ela não acreditou
é claro. E agora vou levar de verdade antes que ela desconfie. E é claro que eu
volto o mais rápido possível.
Alice saiu e Layla
ficou constrangida por Sra. Sophie estar pensando que aconteceu algo indevido.
_ Não se preocupe meu amor.
_ Por que sua mãe ficou daquele jeito?
_ Ela não acha certo algumas coisas e ficou com medo de eu
estar me aproveitando de você. Então ela está só te defendendo de mim e agora
de Alice também. (Risos). Layla, para quem devo pedir sua mão?
_ Como?
_ Por quê? Não quer ser minha esposa?
_ Eu disse que podia tentar, mas posso pensar por um tempo? Sem
ofensas.
_ Claro que pode.
_ Obrigada, você é muito compreensivo.
Não falaram mais
nada. Ele deu um beijo na testa dela e saiu.
Alguns dias se
passaram. O jantar voltou ao seu lugar e o quarto voltou a ser quarto. Ela
ainda sentia muitas dores e foi apenas uma vez à sala de jantar.
Sra. Sophie se
despreocupou e fizeram várias coisas juntas em seu quarto. Contaram uma para
outra suas histórias e assim foram formando um laço forte de amizade. Alice e
Katherine adoravam pintar as unhas, cuidar dos cabelos e claro falar de moda.
O rosto de Layla já
estava quase bom. As marcas roxas estavam amareladas. Mais alguns dias e não
teria mais nada. Os pulsos não doíam, mas ainda estavam precários e os
tornozelos e as pernas já não precisavam de curativos. Aos poucos a vida
seguia.
Layla enviou
mensagens para Marie e seus tios. Contou o que aconteceu depois que Marie
voltou para casa e eles responderam dando graças a Deus por estarem as duas
bem.
Perguntou em uma
delas se seu tio Joseph poderia representar seu pai ao pedido de casamento que
logo chegaria. Ele disse que se sentia muito honrado.
Layla ficou muito
feliz, pois não podia dar a Born uma meia resposta. Foi ele quem lhe entregou
essa última mensagem e ela pediu que esperasse.
_ Born. Eu quero sim ser sua esposa.
Ele não disse nada,
só a pegou pela cintura e puxou para junto de si e deu um longo beijo, foi
quando Sra. Sophie entrou.
_ Born? Layla? O que pensam que estão fazendo?
_ Desculpe mamãe, dessa vez você não pode brigar comigo.
_ E por que não? Você está dentro do quarto de nossa hóspede
agarrando-a.
_ Mamãe, conheça a futura Sra. Lewis.
_ Oh meu Deus! Eu não acredito que vocês me enganaram esse
tempo todo.
_ Como assim Sra. Sophie?
_ Vocês estão dormindo juntos debaixo do meu nariz.
_ Mamãe eu só disse que pedi Layla em casamento. Passou alguns
dias até ela finalmente me dar resposta. Será que não pode ficar feliz pelo seu
filho?
_ Born?
Born indignou-se e
saiu do quarto. Sra. Sophie tentou chamá-lo, mas foi em vão. Ele não voltou.
_ Sra. Sophie, sinto muito não ter dito nada sobre o pedido de
Born. Eu não disse nem mesmo a Alice.
_ Tudo bem Layla, é que meu filho é muito inconsequente desde
menino, aí tudo o que ele faz eu sempre espero o pior.
_ Eu o conheci Sra. Sophie quando cheguei e posso dizer que
esse Born que saiu é muito diferente do outro.
_ Agora eu sei disso, mas é tarde. Já o magoei. Espero que ele
não vá embora como da outra vez.
_ Ele não irá. Eu prometo.
Demorou muito até
Born voltar para ver Layla. Ele não estava presente em nenhuma das refeições e
só apareceu quando todos se preparavam para dormir.
_ Born?
Ele não disse nada,
só a puxou para si e a beijou. Queria continuar de onde parou. Então ele a
soltou e deu um sorriso.
_ Para quem devo pedir sua mão? Não aguento mais esperar.
_ Meu tio. Pode pedir quando eu voltar.
_ Você não vai embora.
_ Claro que vou. Tenho que cuidar de minha casa e de todo o
resto.
_ Não precisa se entristecer voltando lá.
_ Não ficarei triste. Prometo.
Ele a beijou
novamente e saiu. Os dias se arrastaram pela ansiedade que sentia em voltar
para sua casa.
Alice esqueceu o
Scott. Layla também não o viu desde que levou Marie para casa.
Ele ficou mal
quando voltou, mas ela já estava bem e ele não a procurou. Talvez sua tia tenha
encontrado o que queria e ele tenha aprovado a escolha dela.
Ela queria
agradecê-lo por tudo o que fez por ela e por Marie, mas ficaria para outra
ocasião.
Ela não foi
liberada pelos oficiais para partir, mas partiria mesmo assim.
Deixou seu endereço
com Dr. Austin e começou seus planos pessoais. Na próxima sexta ela voltaria
para casa. Alice e Born iriam junto.
;)
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