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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Roberta Kelly - A Chave - 23º Capítulo




Capítulo Vinte e Três

     Foi só isso o que Layla conseguiu entender. Ela foi apresentada a todos. Havia o marido de Sra. Sophie, duas irmãs com seus maridos, uma tia e alguns outros.
     As crianças não estavam presentes. O motivo era como ela chegara até aquela casa. E obviamente a maquiagem que Alice fez só suavizou as marcas do seu rosto e as crianças se assustariam.
     Jantaram em um agradável clima familiar. Aos poucos as pessoas foram embora. Layla despediu de todos e prometeu uma visita a algumas pessoas.
     Born e Katherine sentaram-se ao seu lado e puderam conversar um pouco. Ficou claro que ela sabia o que Born sentia por Layla e que aprovava.
     Alguma coisa foi dita sobre fogo na casa de Born, mas Alice tirou Layla de perto para que não compreendesse. Layla sabia que Born estava em perigo.
     Alice estava feliz demais, mas não era por reencontrar parte da família. Ela estava aprontando.
     Ficou com Layla até ela quase dormir. Foi quando Born entrou.

_ Obrigado Alice. Todos já foram dormir e acham que também estamos.
_ Born, o que faz aqui?
_ Nós precisamos conversar Layla.
_ Agora?
_ Sim. Alice?
_ Eu vou dormir. Amanhã nos falamos. Durma bem.
_ Obrigado mais uma vez Alice.
_ Cuidado priminho. Boa noite.

     Alice se foi e só então Layla viu o que Born vestia: pijama. Então ele trancou a porta e disse o que ela não pensava ouvir.

_ Eu vim dormir com você.
_ Como? Born eu não...
_ Calma, é só dormir.

     Ele deitou ao seu lado e começou a fazer carinho nos seus cabelos.

_ Você estava linda esta noite. Você é linda, mas esta noite eu fiquei com ciúmes.
_ Ciúmes?
_ Vai dizer que não ouviu aqueles otários te elogiando quando entrou com Alice. Por que acha que fui te buscar na porta?
_ Fiquei tão surpresa que não consegui prestar atenção em quase nada.
_ Nem viu os olhares?
_ Pensei que estivessem curiosos com meus ferimentos ou olhando a “nova Grace”.
_ Foi bem mais que isso. O suficiente para eu querer te beijar na frente de todos. Eu...

     Ele a beijou tão ardentemente que ela esqueceu qual era a situação em que se encontravam. Foi sem dúvida a melhor noite que já teve. Não aconteceu nada além de beijos apaixonados, mas a noite foi incrível. Então ele parou e afastou o rosto.

_ Durma Layla. Não posso continuar te beijando assim. Não sei se consigo me controlar depois.
_ Boa noite Born.
_ Boa noite meu amor.

     Deu-lhe um último beijo e então Layla virou para que ele a abrasasse. Ele ficou relutante e então finalmente a abraçou e dormiu grudado com ela até o amanhecer.
     Layla não viu quando ele se foi, mas devia ter sido bem cedo. Ouviu uma discussão e alguém bateu na porta.

_ Entre.
_ Layla.
_ Sim.
_ Pode me dizer o que aconteceu ontem?

     Atrás dela, os dois fizeram gestos de não para Layla.

_ Bom, depois que Alice me trouxe, eu dormi e hoje cedo Born veio refazer o curativo do rosto porque o de ontem foi com um remédio mais fraco.
_ Foi só isso mesmo?
_ Sim. O que mais poderia ter acontecido Sra. Sophie?
_ Oh nada querida, eu devo estar vendo coisas.

     Ela encarou os dois e saiu.

_ O que aconteceu? Born? Alice?
_ Ela me pegou saindo daqui com as roupas que Alice trouxe e ainda bem que você percebeu o novo curativo.
_ Que curativo? E seu pijama?
_ Por isso ela brigou conosco. Ela viu Alice segurando.
_ Eu disse que estava indo levar pra lavar e ela não acreditou é claro. E agora vou levar de verdade antes que ela desconfie. E é claro que eu volto o mais rápido possível.

     Alice saiu e Layla ficou constrangida por Sra. Sophie estar pensando que aconteceu algo indevido.

_ Não se preocupe meu amor.
_ Por que sua mãe ficou daquele jeito?
_ Ela não acha certo algumas coisas e ficou com medo de eu estar me aproveitando de você. Então ela está só te defendendo de mim e agora de Alice também. (Risos). Layla, para quem devo pedir sua mão?
_ Como?
_ Por quê? Não quer ser minha esposa?
_ Eu disse que podia tentar, mas posso pensar por um tempo? Sem ofensas.
_ Claro que pode.
_ Obrigada, você é muito compreensivo.

     Não falaram mais nada. Ele deu um beijo na testa dela e saiu.
     Alguns dias se passaram. O jantar voltou ao seu lugar e o quarto voltou a ser quarto. Ela ainda sentia muitas dores e foi apenas uma vez à sala de jantar.
     Sra. Sophie se despreocupou e fizeram várias coisas juntas em seu quarto. Contaram uma para outra suas histórias e assim foram formando um laço forte de amizade. Alice e Katherine adoravam pintar as unhas, cuidar dos cabelos e claro falar de moda.
     O rosto de Layla já estava quase bom. As marcas roxas estavam amareladas. Mais alguns dias e não teria mais nada. Os pulsos não doíam, mas ainda estavam precários e os tornozelos e as pernas já não precisavam de curativos. Aos poucos a vida seguia.
     Layla enviou mensagens para Marie e seus tios. Contou o que aconteceu depois que Marie voltou para casa e eles responderam dando graças a Deus por estarem as duas bem.
     Perguntou em uma delas se seu tio Joseph poderia representar seu pai ao pedido de casamento que logo chegaria. Ele disse que se sentia muito honrado.
     Layla ficou muito feliz, pois não podia dar a Born uma meia resposta. Foi ele quem lhe entregou essa última mensagem e ela pediu que esperasse.

_ Born. Eu quero sim ser sua esposa.

     Ele não disse nada, só a pegou pela cintura e puxou para junto de si e deu um longo beijo, foi quando Sra. Sophie entrou.

_ Born? Layla? O que pensam que estão fazendo?
_ Desculpe mamãe, dessa vez você não pode brigar comigo.
_ E por que não? Você está dentro do quarto de nossa hóspede agarrando-a.
_ Mamãe, conheça a futura Sra. Lewis.
_ Oh meu Deus! Eu não acredito que vocês me enganaram esse tempo todo.
_ Como assim Sra. Sophie?
_ Vocês estão dormindo juntos debaixo do meu nariz.
_ Mamãe eu só disse que pedi Layla em casamento. Passou alguns dias até ela finalmente me dar resposta. Será que não pode ficar feliz pelo seu filho?
_ Born?

     Born indignou-se e saiu do quarto. Sra. Sophie tentou chamá-lo, mas foi em vão. Ele não voltou.

_ Sra. Sophie, sinto muito não ter dito nada sobre o pedido de Born. Eu não disse nem mesmo a Alice.
_ Tudo bem Layla, é que meu filho é muito inconsequente desde menino, aí tudo o que ele faz eu sempre espero o pior.
_ Eu o conheci Sra. Sophie quando cheguei e posso dizer que esse Born que saiu é muito diferente do outro.
_ Agora eu sei disso, mas é tarde. Já o magoei. Espero que ele não vá embora como da outra vez.
_ Ele não irá. Eu prometo.

     Demorou muito até Born voltar para ver Layla. Ele não estava presente em nenhuma das refeições e só apareceu quando todos se preparavam para dormir.

_ Born?

     Ele não disse nada, só a puxou para si e a beijou. Queria continuar de onde parou. Então ele a soltou e deu um sorriso.

_ Para quem devo pedir sua mão? Não aguento mais esperar.
_ Meu tio. Pode pedir quando eu voltar.
_ Você não vai embora.
_ Claro que vou. Tenho que cuidar de minha casa e de todo o resto.
_ Não precisa se entristecer voltando lá.
_ Não ficarei triste. Prometo.

     Ele a beijou novamente e saiu. Os dias se arrastaram pela ansiedade que sentia em voltar para sua casa.
     Alice esqueceu o Scott. Layla também não o viu desde que levou Marie para casa.
     Ele ficou mal quando voltou, mas ela já estava bem e ele não a procurou. Talvez sua tia tenha encontrado o que queria e ele tenha aprovado a escolha dela.
     Ela queria agradecê-lo por tudo o que fez por ela e por Marie, mas ficaria para outra ocasião.
     Ela não foi liberada pelos oficiais para partir, mas partiria mesmo assim.
     Deixou seu endereço com Dr. Austin e começou seus planos pessoais. Na próxima sexta ela voltaria para casa. Alice e Born iriam junto.




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