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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Roberta Kelly - A Chave - 21º Capítulo




Capítulo Vinte e Um

     Ela não queria que ele a deixasse, mas antes que pudesse discordar, ele já havia alcançado a porta.
     Alice parecia realmente distraída com algo lá fora.

_ Eu já volto Layla.

     Alice saiu deixando Layla sozinha. Ela quis levantar e ir para perto da janela, mas mal conseguiu por o pé fora da cama e se desequilibrou. Bom, era melhor ficar na cama. Estava mais debilitada do que pensava.
     A porta abriu sem ninguém bater. Eram Alice e Born com o café.

_ Não precisavam trazer o café na cama, mas obrigada.
_ Não creio que consiga chegar até o salão de jantar.
_ Eu poderia carregá-la, Alice.
_ Você quase caiu com ela ontem B.
_ Hey, vocês dois, eu ainda estou aqui. Se brigarem cada vez que entrarem aqui, vou preferir ficar sozinha.
_ Tudo bem, Layla. Por você eu não vou discutir com esse aí.
_ Alice...

     Ela não falava sério, mas funcionou. Teve que se segurar para não rir.

_ Layla eu trouxe o café e é para comer tudo.
_ Tudo bem.
_ E eu trouxe os remédios e vou passar antes para aliviar a dor para você poder comer.
_ Tudo bem.

     Born fez curativos em seu rosto e tinha muito cuidado. Ela sabia que ali estava mais do que um médico. Era o homem que dizia amá-la.

_ B., você terminou?
_ Por que Alice?
_ Eu tenho que por o assunto em dia com minha amiga.
_ Tudo bem. Layla, eu vou trabalhar e sairei mais cedo.
_ Não atrapalhe seu trabalho por mim.
_ Você nunca me atrapalha. Eu...
_ Está bem, já chega. Vai trabalhar B.

     Alice o cortou e Layla viu que ele não gostou, mas para agradar não disse nada. Deu um beijo em sua testa e foi embora.

_ Agora me conta tudo. Eu preciso saber tudo sobre o homem que me interessa.
_ Hum... Scott?
_ Não achou que fosse o B., não é?
_ Nem pensei nisso. Mas você acha que a tia dele irá concordar com o romance de vocês?
_ Ela é tão ruim assim?
_ Não, mas...
_ Mas...?
_ Parece que ela quer ele só para si.
_ Talvez não seja tão difícil conquistá-la.
_ Born me disse que ele quase enlouqueceu quando soube do acontecido.
_ Sim, e nesse momento minhas esperanças de que ele me notasse balançaram um pouco.
_ Born me disse que ele desistiu de lutar por mim. Então, se a tia dele o libertar, ele notará você sim.
_ Quanto tempo terei que esperar por isso Layla?
_ Não se apresse Alice. Eu mesmo pensei que estava apaixonada por ele. Mas só pensei assim porque nunca havia conhecido nenhum homem educado antes.
Você já conhecia o Born, mas como ele é seu primo e vocês vivem em guerra nunca reparou como ele é educado. Diferente dos rapazes que queriam nos cortejar.
_ É, acho que você tem razão. Depois que mamãe me contou como era um romance de verdade, fiquei curiosa. Você sabe que nossos pais jamais nos forçariam a casar com alguém que não quiséssemos, mas outras garotas não têm essa sorte. E por falar nisso posso ver a carta?
_ Pode, mas não diga nada do que está escrito aí a ninguém ainda, você vai entender.
_ Tudo bem.

     Alice leu a carta e não conteve as lágrimas.

_ Layla, eu nunca fiz por mal. Mamãe sempre dizia que os melhores presentes eram aqueles que realmente usaríamos. Por isso nunca te dava nada que eu sabia que era só para diversão ou enfeite.
_ Tudo bem Alice. Eu já entendi o que papai quis dizer. Não fique triste, eu já estou melhor.
_ Layla, eu disse para comer tudo.
_ Tudo bem, eu vou tentar.

     Layla voltou-se para o café, tudo o que havia ali era fácil de comer. Não causou mais danos.
Na verdade o que quer que Born tenha passado tirou toda a dor.

_ E então Layla. O que vai fazer com meu priminho?
_ Como assim?
_ Essas atitudes de um com o outro não me parece só relação médico-paciente.
_ Ainda não entendi. Seja clara.
_ É. Acho que vou ter que te contar tudo.

     Alice contou tudo o que aprendeu com a mãe. Conquistas, romances, casamento e claro o ponto onde ela queria chegar: relações após o casamento. Foi esse o nome mais sutil que ela encontrou para dizer.

_ Alice?
_ O que foi Layla, é normal o seu corpo pedir por isso durante alguns beijos.
_ Como sabe?
_ Mamãe sabe. É o suficiente para acreditar.
_ Nós não devemos fazer isso antes de casar. O que meus pais...

     Layla paralisou. Sentiu a facada quando começou a dizer isso. Por um breve instante achou que seus pais estariam lá a esperando.
     Alice sentiu o choque que havia passado por ela.

_ Eles não podem dizer mais nada, Layla, mas ainda existem os outros. Claro que ninguém precisaria saber.
_ Eu sei que estou sozinha agora Alice, mas ainda não perdi o juízo.

     Layla ficou pensando sobre isso quando ficou sozinha. Era errado, mas será que ela aguentaria esperar?
     O dia passou rápido, talvez fossem as companhias.
     Sra. Sophie voltou mais tarde e conversaram um pouco sobre a história da família. Ela contou o motivo dos dois irmãos terem se separado no passado. Era triste. Um duelo, mas quem morreu foi a pretendida. Atirou-se na frente deles quando ambos iriam se matar com suas espadas. Ela viu que ninguém sairia vivo então se sacrificou.
     Ela amava um, mas foi prometida pelos pais ao outro. Quando ele descobriu chamou o irmão para um duelo.
     Eles viveram com pouca harmonia até a morte dos pais e depois cada um jurou nunca mais olhar para o outro. Desde então as famílias estavam separadas.
     Para piorar, a família da moça jurou vingança. Mataram muitos da família Grace e dizem que ainda os caçam.
     Sra. Sophie e Katherine se foram. Dava para notar a vontade de Katherine para conversar, mas não falava nada. Layla encontraria um jeito de puxar assunto.




;)

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Agatha Christie - É fácil matar



Sinopse:

 É por mera educação que o policial aposentado Luke Fitzwilliam dá atenção à simpática e tagarela srta. Pinkerton, que está sentada ao seu lado no trem para Londres. 
 Ela lhe confidencia que está indo à Scotland Yard para denunciar uma série de assassinatos, e ele tem certeza de que ela perdeu o juízo. 
 Mas quando a srta. Pinkerton morre de forma suspeita, Luke decide ir até o vilarejo onde ela residia a fim de investigar – e se depara com algo muito mais assustador do que poderia imaginar. 



 É realmente muito fácil matar, ainda mais do jeito que aconteceu com cada personagem que foi morto. (Risos).
 Eu li imaginando a cada hora um suspeito e gostei do final tão inesperado, já que foi previsto no início uma personagem que também morre logo em seguida. Portanto, quase um beco sem saída.
 Mas é justamente a partir dela, que o mistério começa a ser desvendado. E eu consegui mudar de opinião sobre o assassino pouco antes da verdade.
 Livro muito legal!

;)

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Roberta Kelly - A Chave - 20º Capítulo




Capítulo Vinte

     Querida Layla, se você está lendo isto tem dois motivos: o primeiro é que andou mexendo no que não devia. O segundo é que não estou mais ao seu lado. Não tenho como saber o motivo, mas você precisa saber algumas coisas.
     Para começar não somos pobres. Sempre me preocupei em criar um filho homem, mas nunca soube como agir com você. Sua mãe quase morreu quando você nasceu e então para não perdê-la, não quis mais filhos. Você se tornou meu maior tesouro, mas como os homens são interesseiros e violentos, decidi junto com sua mãe, mudar nosso padrão de vida.
     Desfizemo-nos dos luxos da casa e para seu bem fiz sua mãe prometer nunca contar a você a verdade.
     Os presentes que ganhava e ganha de Alice...

_ Alice, como pôde?
_ O que fiz?
_ Vai dizer que não sabe nada sobre mim que eu mesma não saiba?
_ Do que você está falando?
_ Ela não deve mesmo saber, continue lendo. (Sra. Sophie interrompeu).

     Os presentes que você ganhava e ganha de Alice, nunca foram presentes. Ela não sabe, mas cada vez que havia uma festa ou algum aniversário ou outra data importante, ela era induzida gentilmente pela mãe a dar-lhe um vestido ou qualquer objeto que estivesse precisando. Mas era eu quem pagava por tudo. A não ser quando era seu aniversário, e mesmo que não tivesse festa, ela fazia questão de passar o dia todo com você. Era o único presente de verdade.
     Sua mãe e eu planejamos tudo com os pais dela quando vocês nasceram. Não sabia ao certo se a amizade seria verdadeira, se não fosse nós tínhamos outros planos. Os pais de Alice são os únicos que sabem da verdade e as outras pessoas pensam que perdi minha fortuna em jogos.
     Existe outra coisa que quero que saiba. Não somos sozinhos no mundo como você imagina. A tia de Alice que mora na capital é uma Grace. Mas nunca permiti que os pais dela dissessem sobre nossa existência. Por isso você era sempre proibida de ir à casa de Alice quando eles vinham de visita.
     Nunca soube o motivo por não podermos falar com eles, mas foi ensinado assim ao meu pai e a mim. Quero que seja diferente com você. Prometi ao meu pai que jamais procuraria por nossa família Grace, mas sempre quis encontrá-los. E você tem liberdade para querer conhecê-los ou não.
     Por último quero que me perdoe meu amor. Você sofreu várias ocasiões desagradáveis por acharem que era pobre, mas só fiz isso para te proteger e também para não te mimar.
     Tenha certeza do amor de um rapaz antes de contar que tem posses. E com certeza, essa sua amiguinha Alice, será amiga verdadeira para toda vida. Conserve-a.
     Lembre-se que eu te amo e sempre amarei.
     Seu pai Antony Martim Grace.

_ Layla não chore.

     Alice a abraçou e ela não conteve o choro. Havia prometido que não ficaria triste por eles e em troca sentiria saudade apenas. Mas lendo a carta e sentindo todo o amor deles, não resistiu e desabou.

_ Layla, quando estiver pronta conversaremos.
_ Tudo bem.
_ Venha Katherine, deixe-os conversar.
_ Ah mamãe!
_ Vocês terão tempo para se conhecer, eu prometo.

     O quarto ficou em silêncio por um tempo. E então Born foi olhar os machucados novamente.
     Layla o olhou com pena. Queria brigar com ele e tudo o que ela via em seus olhos e em seus gestos era amor. Podia estar errada e ele sentir só pena por ser uma familiar distante que viveu muitas tragédias nos últimos meses.
     Ela não tinha ideia de quanto tempo ficou presa naquela cama de hospital. Marie doente também e o sequestro. Agora estava ali, na casa dele. O homem por quem seu coração bateu forte desde o início e nunca quis admitir.
     Na verdade ela pensava que gostava dessa forma de Scott, mas foi só entusiasmo por ter sido o primeiro “não bruto” que conheceu. Sua tia também influenciou muito no início, mas mudou de ideia e simplesmente sumiu levando Scott.
     Ela estava perdida em seus pensamentos quando foi interrompida.
_ Layla...
_ Oh! Desculpe. Faz tempo que estão chamando?
_ Não. Mas você ficou longe tempo suficiente para eu arrumar briga com B.
_ E eu com essa aí. (Born bufou de volta).
_ Tudo bem. O que eu perdi, e quero a verdade e não quero vocês dois se ofendendo. Por favor, Alice. Born.
_ Sem ofensas Layla, mas somos assim desde crianças. E ninguém morreu. (Risos).
_ É claro. Comecem, estou esperando.
_ Layla que história é essa de você ter que se defender do B. quando chegou ao hospital?
_ Hum... Quer mesmo falar disso?
_ Esse era o motivo de nossa ‘briga’.
_ Born tentou me beijar enquanto eu dormia.
_ Aí eu fui proibido de entrar no quarto dela até aprender a me comportar. Coisa de jovem foi o que me disseram. (Born completou).
_ É isso mesmo Layla ou B. está distorcendo sua reposta? E por que você não foi expulso do hospital e teve seu diploma suspenso?
_ Porque eu não dei queixa formal Alice. Não achei que ele fizesse isso sempre, afinal, o jeito que me olhava enquanto me atendia, era como se estivesse vendo...
_ A mulher da minha vida. E você é.
_ Termina sempre a frase pra todos ou é só pra ela?
_ Vai começar a implicar de novo?
_ Parem. Born, Alice é uma dama precisa parar de tratá-la assim. E Alice, não precisa me defender dele, não mais.
_ Entendi. Os pombinhos querem ficar sozinhos.
_ Não. Minha mãe entraria em um segundo. Mas você pode fingir que é uma parede.
_ Antes de você atacá-la preciso perguntar algo.
_ Sim.
_ Os homens foram presos?
_ Edgar e Joan foram presos, mas Joan foi solto. Longa história; outra hora quando eu souber mais sobre isso eu informo vocês.
_ Born, ele virá aqui me pegar.

     Ela começou a entrar em pânico, estava muito abalada.

_ Calma Layla. Está vendo o que fez B.? Não custava ter mentido.
_ Hey, custava sim. Eu tenho direito de saber.
_ Ela tem razão Alice. Layla, ele está sendo seguido. Por isso o soltaram. Como não tiveram sucesso com os interrogatórios eles acham que cedo ou tarde ele irá falar com o principal procurado pelos crimes.
_ Como assim Born?
_ Eles acham que tem uma pessoa comandando tudo o que os dois fazem. Os oficiais querem prender todos os culpados.
_ Hum... Então ele é uma isca?
_ Exatamente. Não se preocupe, terá segurança aqui, e ele não sabe onde você está. Nós o deixamos pensar que foi levada para sua casa.

     Passado o susto, Born começou a provocar Alice novamente.

_ Então priminha, vai virar parede ou não?
_ Não...

     Layla a olhou, como se pedisse para os deixar um momento, mas claro, sem deixar o quarto. Não queria a mãe dele ali novamente. Pelo menos não agora. Ela continuou.

_ ...mas posso ir olhar um pouco a paisagem lá fora.
_ Boa menina. (Born provocou).

     Ela foi para a janela mais distante do quarto. E então ele se moveu para mais perto. Seu rosto ficou muito próximo, tanto que sua respiração se misturou com a dela, e então ele se afastou.

_ Layla eu não posso.
_ Não pode o quê?
_ Não posso correr o risco de não me deixarem vir aqui te ver. Foi muito difícil no hospital quando me interpretou errado e o Dr. Austin me proibiu de cuidar de você.
_ Ninguém vai.
_ Sério?
_ Sim, e se você não me der esse beijo logo, terei que forçar meus pulsos machucados.
_ Por quê?
_ Para te puxar...
_ Layla...
_ Eu já perdi tempo demais

     Ela falava e o beijava ao mesmo tempo. Tantos encontros e desencontros, mesmo estando sempre juntos. E então foram interrompidos...

_ Uh...
_ Layla, sua boca está...
_ Eu sei, eu senti o gosto de sangue.
_ Desculpe-me, acho que isso terá que esperar.

     Ela concordou com a cabeça enquanto ele verificava os ferimentos.

_ Eles foram tão cruéis. Só não os matei porque precisamos saber quem mais está envolvido.
_ Não diga isso. Tenho orgulho do quanto fez para me proteger. Não o vejo como um assassino. Nunca. Jamais.
_ Acho que é por isso também. Não quero perdê-la. Deixe-me ver isto.

     Ele foi chegando perto de novo, mas desta vez só encostou seus lábios nos dela.
     Estava claro que teriam que esperar.
    
_ Vou pegar um remédio para seu rosto.




;)

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Almir Carlos Jimênez de Souza Valente - Contaminação



Sinopse:
 
 Em Contaminação, para salvar parte de sua tripulação, infectada por um antigo e raro vírus, o Altróier é lavado a um inóspito e perigoso planeta na busca pela cura. 
 Já em Comemoração, um complô entre a Imediato a Doutora e o Engenheiro-chefe trará inesperadas consequências para a astronave e toda sua tripulação. 
 Estará preparado o comandante para os fatos que ocorrerão?


 Contaminação é sem dúvidas um ótimo livro. Nada acontece como esperamos e o comandante surpreende com a 'aposentadoria' dele. (Risos)

 Certamente muitos de nós 'no mundo real' tem o mesmo sentimento que o comandante têm em relação à carreira e as dúvidas também, e mesmo que 'grandes oportunidades' nos sejam oferecidas, é sensato colocar os pés no chão antes de decidir ir aceitando qualquer convite tentador que apareça.

 O Almir nos leva página após página entre conflitos, romances e preocupações, tão reais como se pudéssemos realmente viver com os personagens. Parabéns Almir por nos trazer tão excelente série!


 Esse livro ainda nos presenteia com Comemoração, que assim como todos os anteriores traz grandes surpresas, suspenses, dores na alma de curiosidade. (Risos)
 E agora vou ficar roendo as unhas (mentalmente, é claro) esperando o próximo livro e o desenrolar dos acontecimentos.


;)