Capítulo Dois
_ Não podia ter corrido pelo canto da estrada, mas o sol
queimava e então procurei pela sombra. De repente uma árvore sinuosa apareceu e
Mascote não teve tempo para parar.
Bati com violência em um dos galhos e fui jogada longe. Só
então Mascote parou e voltou para perto de mim. É por isso que ele tem esse
nome. Parece mais um cachorro que acompanha seu dono do que um cavalo.
Sentei-me com dificuldade e Alice não demorou a aparecer.
_ Layla, desculpe-me esqueci de avisar sobre essa árvore, mas
não pensei que você fosse cavalgar pelos cantos.
_ Tudo bem Alice. O erro foi meu, não devia ter quebrado as
regras, mas esse sol está forte demais. Não podemos contar que caí porque corríamos;
apesar de minha mãe já saber a verdade.
_ Tudo bem. A casa de meus avós está perto, consegue montar
para chegarmos lá?
_ Acho que sim.
_ Montamos novamente e fomos mais devagar. Eu não sentia dor
por causa do sangue quente pela corrida, mas não fazia ideia da gravidade do
ferimento.
Chegamos rápido, e então depois do susto que demos nos avós
dela, eles me colocaram em uma charrete e o condutor levou-me de volta para
casa. Alice foi puxando meu cavalo atrás de nós.
Quando estávamos chegando vi que havia pessoas estranhas em
minha casa conversando com meu pai.
Não deveria ser por mim, pois a única forma deles saberem do
acidente seria quando eu chegasse.
Alice saltou do cavalo e entregou os dois animais para um dos
empregados da fazenda. E veio ajudar-me a descer da charrete.
Entramos sem causar suspeita e então eu soube o que estava
acontecendo.
_ Filha, sua mãe piorou e o médico está com ela. Esses são Sra.
Amélia e seu sobrinho Scott.
_ O primeiro impacto foi avisar-me sobre mamãe e apresentar as
visitas.
_ Olá Sra. Amélia, Senhor. (Disse um pouco envergonhada pela
sujeira que me encontrava).
_ Querida, você está toda suja, o que aconteceu?
_ Papai, não se assuste. Encontramos uma cobra a caminho da
casa dos avós de Alice e meu cavalo saltou. Caí e me machuquei.
_ Deixe-me ver.
_ Papai, não posso tirar minhas roupas na frente das visitas.
_ Tem razão. Suba e eu já irei.
_ Senhor Grace, não acha melhor o Dr. Thomas olhar o machucado
dela?
_ Ouvi quando Sra. Amélia conversava com meu pai.
_ Tem razão. Pedirei a ele que dê uma olhada. Fiquem a vontade.
_ Meu pai subiu e pediu ao médico que olhasse meu ferimento.
Enquanto eles não chegavam, pedi a Alice que me ajudasse a preparar um banho
para retirar a terra. Mas não deu tempo.
_ Santo Deus, Layla como conseguiu chegar aqui com o braço
assim?
_ Dr. Thomas estava paralisado. O machucado era grave e eu
ainda não tinha percebido. Acho que entrei no que chamam de ‘choque’. O que era
improvável, estava mesmo era preocupada com minha mãe, mas não me davam espaço
para saber dela.
_ A dor não é grande Dr. Thomas.
_ Vamos ver isso. Você está com o braço quebrado e grande parte
está na carne. Não acredito que não esteja com dor. Não tomou nada alcoólico
Layla?
_ Não sei. O avô da Alice deu-me alguma coisa para dor. Mas
para dizer a verdade não senti nem o gosto.
_ Bom, vou lavar, enfaixar e pôr uma tala, mas você terá que
seguir para capital o quanto antes. Sinceramente não sei como proceder com algo
assim. A medicina prefere outro tipo de tratamento, mas tem um médico muito
respeitado por tentar...
_ Ele parou de falar na minha frente. Desceram conversando
sobre o assunto e esqueceram minha mãe, mas eu não. Finalmente fui até o quarto
dela e sentei-me na beirada da cama. Ela me viu com o braço quebrado e disse
que o acontecido no rio não era o que a preocupava, pois a dor no peito
continuou depois que saí. Fui o mais forte que pude na frente dela. Ela pediu
água então fui buscar.
Passando pela sala, vi que todos haviam ido embora. Alice
ainda estava ali e disse que subiria para arrumar minhas roupas, pois partiria
bem cedo no dia seguinte. Peguei a água e levei para minha mãe. Como eu iria
para longe, justo quando ela precisava de mim?
_ Layla.
_ Sim papai.
_ Você irá amanhã com Marie para a capital. Acabei de pedir ao
pai dela.
_ Mas mamãe está doente.
_ Não se preocupe. Tomarei conta dela. O Dr. Thomas deixou o
pedido de internação e um pedido de acompanhante para Marie poder ficar com
você no hospital.
_ Quem eram aquelas pessoas papai?
_ Estavam vendo algumas terras na vizinhança. Como não sabiam
de quem era, resolveram entrar aqui na fazenda e perguntar.
_ Eles ouviram sobre meu braço?
_ Não. Mas saberão. Você irá com a Sra. Amélia na cabine dela
no trem que sai amanhã. Tivemos sorte por ela ter entrado em nossa propriedade.
_ Bom, eu realmente estava com vergonha. Queria me trancar no
quarto e chorar. Mas Alice estava arrumando minhas coisas.
Eu não tinha motivos para ter vergonha, mas quando olhei
aqueles olhos azuis na sala de minha casa...
Parecia um sonho, foram segundos, e eu não consegui esquecer o
jeito como ele olhou para mim. Que tolice, achar que aquele elegante cavalheiro
olharia de alguma outra forma para mim a não ser por pena.
_ Mamãe abençoou a viagem e eu chorei com o pensamento de não
poder cuidar dela. Ela pediu que eu fosse educada e cordial com as pessoas,
pois dinheiro não era tudo na vida. O mais importante era a educação herdada
dos pais.
Marie chegou para dormir comigo e assim sairmos bem cedo.
Alice foi embora com a charrete que me trouxe. Ela ficou
decepcionada e eu também. No fundo eu ficaria mais segura se ela me
acompanhasse. Mas meu pai não quis incomodar a família dela.
Marie não ficou triste quando percebeu que eu preferia Alice.
Ela até entendia. Nós também somos amigas, não tanto, mas ainda somos.
_ Amanheceu. Eu não havia dormido quase nada devido ao braço
todo enrolado, mas tive que ser forte e sair da cama. Depois dos últimos
preparativos, fui despedir de minha mãe. Ela ardia em febre e meu pai disse que
ficaria com ela o tempo todo.
Marie e eu subimos na charrete e seguimos até a estação.
Quando chegamos, fomos guiadas por um dos enfermeiros que viajam no trem, a fim
de auxiliar os doentes ou socorrer os passageiros se for preciso.
Marie sempre atrás de mim.
No dia em que parti, eu realmente estava sem emoção definida.
Triste por deixar minha mãe, mas feliz porque seria uma experiência e tanto.
Só depois de ver seu sobrinho na cabine é que lembrei que
viajaríamos juntos. Aqueles olhos azuis...
“Ele não existe.” Pensei.
_ Com licença. Sou Layla Grace e essa é Marie Mayson, minha prima.
_ Olá querida. Sou Amélia Newton e esse é Scott Dawson meu sobrinho. Sentem-se, logo partiremos.
_ Ontem quando desci, a senhora havia partido. Desde já
gostaria de agradecer por sua gentileza em deixar-nos viajar aqui.
_ Não precisa agradecer querida. O que puder fazer para
diminuir seu sofrimento eu o farei.
_ Fiquei sem graça, pois, todos me encaravam naquele momento.
Logo todos estariam familiarizados e felizes. Sra. Amélia
sugeriu um jogo de cartas, mas eu não podia me mexer então não participei. Seu
sobrinho não quis jogar.
No começo achei que fosse tímido ou simplesmente não queria
constranger-me. Afinal só eu não tinha os movimentos dos dois braços.
Então Marie trocou de lugar com ele e foi toda animada jogar
cartas. Nós gostávamos muito, mas sempre éramos excluídas por nossos pais da
mesa de jogos improvisada nos finais de semana em que havia festa.
Scott sentou-se ao meu lado. No início foi um pouco
constrangedor. De repente ele falou comigo.
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